Ainda sobre o ano de 2019, a Sue e eu decidimos assistir a vários filmes antigos que deram origem a várias refilmagens e/ou adaptações. Dentre eles, como exemplo, assistimos aos originais King Kong de 1933 e Gojira (ゴジラ) de 1954. Alguns assistíramos outras vezes, já outros estavam em uma longa e infinda lista de espera.
De antemão, acredito ser necessário dizer que não nos consideramos cinéfilos, pois não é apenas à esta arte que costumamos dar uma boa atenção. Entretanto a ideia era justamente conferir o "onde tudo começou" e assim reavaliar as obras posteriores — sem qualquer intenção profissional, porém apenas por diversão e afim de aguçar o poder da observação.
Um pouco eclético talvez, revimos alguns longas de séries como Star Wars, Terminator e Resident Evil disponíveis até Dezembro daquele ano a fim de encerrarmos as sequências ou para nos prepararmos para os lançamentos de 2020. Infelizmente com certeza algumas teremos de abandonar; não vai dar para forçar mais...
Devotamos também uma atenção a clássicos que há muito queríamos assistir novamente e outros que ainda não tínhamos visto. Como exemplos destas duas categorias a trilogia The Godfather (1972, 1974, 1990), Psycho (1960), Taxi Driver (1976), The Name of the Rose (1986) e a minissérie Les Misérables (2000) com os fantásticos Gérard Depardieu e John Malkovich, este com uma pronúncia do Francês deliciosa de ouvir, ratificando sua paixão pelo país. Este último não tínhamos conferido ainda e posso dizer que é apaixonante e de uma leveza — mesmo diante da temática — que nos induz a uma imersão no todo contextual. E desde já peço que não me venham com comparações com a literatura, pois senão o trabalho não seria adaptação, ora! Talvez assistiremos às outras muitas filmagens, mas esta constava em nossa lista há muito tempo.
Muitos outros nós assistimos; algo em torno de três filmes por semana além de séries e seriados que "maratonamos", revimos e/ou que ainda estamos acompanhando. Obviamente há muitos outros em nossa lista, aliás no dia 20 deste mês, como mencionado no post anterior, assistimos ao Soylent Green (1973, traduzido brasileiramente por "No Mundo de 2020") que nos produziu um pequeno, apenas pequeno, desconforto aqui em 2020.
Como não prometi resenha — pois sequer sou bom nisso — apenas digo que a experiência foi muito boa e que o longa entrou para a minha memória principalmente por dois pontos: um que o filme vai entregando facilmente no seu decorrer, que é sobre a origem do alimento homônimo ao longa; e o outro ponto foi a criatividade um tanto sombria sobre como o roteirista inseriu as futuras garotas de programa como "furniture girls". Sem dar chance a spoiler, apenas repito e completo: vale a experiência, sem dúvida, se você não tiver olhos arredios a filmes de orçamento modesto e anteriores à sua geração.
Mas voltando ao ano de 2019, eu estava a procura mesmo é de um filme que foi verdadeiramente difícil de encontrar, "tipo muito" (como costumamos brincar aqui no Studeō). Se trata de uma produção de 1937, também uma adaptação da obra literária homônima, Lost Horizon, de James Hilton (1933).
Infelizmente o filme teve vários trechos perdidos ao longo da história. Inclusive o mesmo traz algumas cenas fixas com o áudio original ao fundo a fim de não se perder também o áudio preservado. Isso mesmo! No meio do filme há cenas que simplesmente foram substituídas por imagens fixas da gravação e do próprio longa, alguns poucos frames recuperados, a fim de, ao menos, podermos acompanhar o decorrer da história pelo áudio. Porém vou precisar falar sobre este grande trabalho em uma outra postagem, não para criar alguma curiosidade nos estimados leitores, mas por realmente precisar tratar de outras artes no momento.
Finalmente, portanto, e visitando um lugar comum: o resumo para mim é que um dia começou algo que agora, no meio, nos direciona para um fim quase sempre perceptível aos nossos olhos. É tudo simplesmente uma questão de observação e paciência. Não é tão confusa quanto parece, a vida; na verdade, é quase tudo sempre muito igual ao que já passou. Estamos presentes em tudo, numa simbiose surreal como pigmentos presos ao óleo sobre tela, cujo resultado — paradoxo talvez do "quase tudo sempre muito igual ao que já passou" mencionado —, ainda se apresenta muitas vezes imprevisível. Sempre fomos assim e vamos continuar.
Perfeito?!